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Educadora indígena venezuelana promove a inclusão de crianças Warao em Manaus 612k3l

Histórias

Educadora indígena venezuelana promove a inclusão de crianças Warao em Manaus 652330

12 May 2023
Professora Daisy usa experiência de 15 anos como educadora para ajudar crianças Warao em seu processo de aprendizagem em Manaus. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo

Mãe de quatro filhos, a educadora indígena venezuelana Daisy Pérez é a personificação da sabedoria popular que diz sempre caber mais um em coração de mãe. Em Manaus (AM), ela buscou oportunidades e sensibilizou a comunidade e as escolas para matricular crianças Warao na rede pública de ensino, oferecendo a elas novos caminhos para um futuro digno.

Hoje, a professora é referência para a comunidade Warao em Manaus, ajudando a população indígena refugiada e migrante a ar políticas públicas de educação e saúde. Mas até que conseguisse apoiar essas pessoas, Daisy teve que enfrentar desafios pessoais como mãe recém-chegada ao Brasil, e buscar recursos para reunir e garantir o sustento de sua família.

“Fui trazendo meus filhos, um a um, à medida que ia conseguindo dinheiro, até conseguir reunir de novo toda a minha família. Era o que eu mais queria”, relata a educadora, compartilhando seus aprendizados com outras famílias que enfrentam a mesma situação.

Por onde ou, incluindo as cidades de Pacaraima (RR), Boa Vista (RR) e Manaus (AM), Daisy empreendeu todo seu conhecimento para atuar com crianças refugiadas e migrantes em abrigos e outros espaços de apoio, contribuindo com o fortalecimento do processo de ensino e aprendizagem locais.

Durante essa experiência, ela identificou prioridades para a integração das crianças como, por exemplo, o idioma e informações sobre como ar a rede pública de ensino no Brasil.

Foi então que partiu à procura de instituições que pudessem ajudá-la a potencializar esse processo e garantir que os jovens estudantes ingressassem nas escolas de Manaus, onde mora há quatro anos.

“Eu conheço as mães de todas as crianças e tenho familiaridade com elas, o que me ajuda a identificar as necessidades das famílias e buscar apoio. Como mãe, eu senti que precisava fazer algo para ajudar outras mães que precisavam de ajuda”, destaca a educadora.

Daisy conseguiu apoio do Instituto Mana, parceiro da Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), para organizar a documentação e endereçar as diversas necessidades das famílias junto às escolas locais, e conseguiu mobilizar a comunidade Warao para matricular 18 crianças desta etnia na rede pública.

“Mesmo para uma mãe que é educadora, o processo de ensinar é sempre um desafio, imagina para outras mães que não tiveram o a esse conhecimento, e estão em deslocamento... Por isso a inspiração de possibilitar que outras mães consigam ter os filhos na escola, que possam ter essa chance”, relata Daisy.

Com seu trabalho dedicado e empatia, Daisy fez a diferença na vida das crianças, mas seu impacto já se estende para além disso.

Sua história serviu de inspiração para a própria filha, Deisy Perez, que hoje atua voluntariamente como Promotora Comunitária em um projeto desenvolvido pela Cáritas Arquidiocesana de Manaus em parceria com o ACNUR. A iniciativa apoia pessoas refugiadas em Manaus a arem serviços na região. Com o conhecimento e solidariedade sendo transmitido de geração em geração, a filha tem seguido os os da mãe e contribuído para o desenvolvimento de ações de inclusão junto à população Warao.

Deisy e Daisy: mãe (à direita) inspirou filha a apoiar comunidade refugiada e migrante em Manaus. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo

Histórias como a de Daisy mostram a importância do envolvimento da comunidade e do trabalho coordenado das instituições de apoio aos refugiados e migrantes. Esta ação, implementada pelo Instituto Mana, é cofinanciada pela Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeias – ECHO, que no Brasil contribui para que o ACNUR e parceiros sigam apoiando pessoas refugiadas, inclusive indígenas, a arem proteção e direitos como documentação, saúde e educação.

“Buscamos acompanhar de perto as demandas das comunidades. O envolvimento das pessoas refugiadas nesse processo é o que faz a diferença, como o impacto que Daisy trouxe para a vida dessas crianças”, explica Geisy Rodríguez, do Instituto Mana.

Essas ações de fomento à educação com integração e respeito aos processos culturais desta etnia são de fundamental importância para assegurar direitos no Brasil, explica a oficial assistente de campo do ACNUR e Manaus, Juliana Serra.

"Mais de sete mil pessoas da etnia Warao desembarcaram no Brasil desde o início da emergência da Venezuela. Acreditamos que ações como essa que visam fortalecer o o aos serviços e direitos e valorizar os saberes e processos tradicionais de pessoas indígenas refugiadas é chave para a integração dessas famílias”.

Os trabalhos do ACNUR e de seus parceiros em promover a inclusão e integração de comunidades indígenas refugiadas e migrantes no Brasil dialogam com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, em especial com o ODS #4 para garantir o o à educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

A educadora Warao Daisy Pérez. Foto: ACNUR/Felipe Irnaldo