ACNUR busca apoio para a crise humanitária no Afeganistão e auxílio às pessoas forçadas a retornar ao país 4h561z

Uma crise humanitária ainda mais profunda está se formando no Afeganistão, já que dezenas de milhares de afegãos estão sendo forçados a retornar dos países vizinhos, alertou hoje a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), ao buscar urgentemente US$ 71 milhões para ajudar aqueles que estão voltando para casa em condições desesperadoras.

Em abril, mais de 251 mil afegãos retornaram em circunstâncias adversas do Irã e do Paquistão, incluindo mais de 96 mil que foram deportados. O ACNUR defende junto aos governos do Irã e do Paquistão que o retorno ao Afeganistão deve ser voluntário, seguro e digno. Forçar ou pressionar os afegãos a retornarem é insustentável e pode desestabilizar a região.

Embora o ACNUR reconheça os muitos desafios - incluindo as pressões econômicas - enfrentados por esses países que acolheram milhões de afegãos por décadas, também compartilha consistentemente as preocupações de que, independentemente de sua situação legal, as pessoas forçadas a retornar ao Afeganistão podem enfrentar sérios riscos de proteção.

Isso é especialmente preocupante para mulheres e meninas afegãs que enfrentam restrições cada vez maiores em termos de o a emprego, educação e liberdade para se deslocarem no Afeganistão. Entre outros perfis, grupos de minorias étnicas e religiosas, ativistas de direitos humanos e jornalistas também podem estar em risco quando retornarem. Essas preocupações são agravadas pelas necessidades humanitárias agudas no Afeganistão, pelo aumento das taxas de desemprego, bem como por desastres naturais e eventos climáticos extremos.

Desde 2023, mais de 3,4 milhões de afegãos retornaram ou foram deportados do Irã e do Paquistão, incluindo mais de 1,5 milhão somente em 2024. Esses retornos em massa sobrecarregaram a capacidade de muitas províncias do Afeganistão e exacerbaram o risco de novos deslocamentos internos. Também houve novos deslocamentos para o Irã e o Paquistão, além do aumento dos riscos de movimentos em direção à Europa. Em 2024, os afegãos se tornaram o maior grupo (41%) de chegadas irregulares da região Ásia-Pacífico para a Europa.

O ACNUR está trabalhando com parceiros como o PNUD e a OIM para apoiar o crescente número de repatriados no Afeganistão. Em meio às atuais incertezas de financiamento, precisamos de US$ 71 milhões para responder a essa crise em toda a região por um período de nove meses.

Os fundos adicionais permitirão que nossas equipes forneçam assistência financeira crucial aos repatriados para cobrir necessidades urgentes, viagens, o a serviços, meios de subsistência e atividades de reintegração, com ênfase no atendimento a mulheres e meninas. Também aumentaremos nossa capacidade de recepção e nossos centros para ajudar os repatriados a atender às necessidades de proteção e receber informações essenciais.

No Irã e no Paquistão, ampliaremos o apoio de emergência por meio de alcance comunitário, monitoramento de proteção e apoio psicossocial e jurídico. A comunicação com os refugiados será reforçada por meio de linhas diretas e SMS nos idiomas locais para fornecer informações oportunas sobre os serviços. O monitoramento das fronteiras será reforçado. Serviços especializados e personalizados estão planejados para os grupos mais vulneráveis.

Para mais informações sobre esse tema, contate:

• Em Genebra, Babar Baloch, [email protected], +41 79 513 9549
• Em Islamabad, Qaiser Khan Afridi, [email protected]. +92 300 501 8696
• Em Bangkok (Regional), Radhika Bhatnagar, [email protected], +66 62 310 3285
• Em Kabul, Saorlaith Ni Bhroin, [email protected], +93 703465623