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Entrevista com Davide Torzilli: as prioridades do ACNUR Brasil para 2025 2i5t5

Discursos e declarações

Entrevista com Davide Torzilli: as prioridades do ACNUR Brasil para 2025 681v26

Representante do ACNUR Brasil comenta os planos da instituição, incluindo expandir ações voltadas ao fortalecimento de boas práticas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à agenda climática global.
4 Fevereiro 2025
Davide Torzilli (à direita), representante do ACNUR Brasil

Davide Torzilli (à direita), representante do ACNUR Brasil

O ano de 2025 marca um novo capítulo no fortalecimento das ações do ACNUR no Brasil e no mundo. Juntos, queremos inspirar transformações e soluções inovadoras e sustentáveis para proteger e integrar pessoas refugiadas. O ACNUR tem trabalhado incansavelmente para garantir proteção, integração e oportunidades para pessoas refugiadas no país. Para 2025, os planos incluem expandir ações voltadas ao fortalecimento de boas práticas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e à agenda climática global.

Em entrevista, publicada originalmente na newsletter do ACNUR no LinkedIn "Parcerias & sustentabilidade pelos refugiados", Davide Torzilli, representante do ACNUR Brasil, compartilha as prioridades da organização para o ano, abordando temas como integração socioeconômica, mudanças climáticas e parcerias com o setor privado, fundamentais para promover soluções sustentáveis, inovadoras e inclusivas.

Assine a newsletter "Parcerias e sustentabilidade" do ACNUR no LinkedIn!

Quais são os principais planos e objetivos do ACNUR Brasil para 2025, especialmente no que diz respeito a proteção e integração de pessoas refugiadas no país? Para quais ODS principais o ACNUR deve contribuir neste novo ano? 162212

O ano de 2025 será marcado pela consolidação da qualidade na integração de refugiados e outras pessoas forçadas a se deslocar no Brasil. Trabalharemos para expandir e fortalecer boas práticas possíveis graças à legislação brasileira, que favorece e promove a inclusão de pessoas refugiadas e migrantes. O Brasil reconhece que permitir que refugiados trabalhem e tenham o a serviços não é apenas uma ação humanitária, mas também uma estratégia econômica para o país e as comunidades de acolhida.

O setor privado é um parceiro e ator-chave para o ACNUR. Pretendemos reforçar nossa colaboração com empresas, seja para ampliar a oferta laboral e as oportunidades de inserção econômica e social para pessoas refugiadas, seja para reforçar nossos programas e iniciativas por meio de parcerias.

 

Um dos focos do trabalho será o Rio Grande do Sul, estado comprometido com a recepção e inclusão de pessoas refugiadas e migrantes e profundamente afetado por enchentes em 2024. Desde o maior desastre climático do estado, em maio ado, o ACNUR está prestando apoio a brasileiros e refugiados, e isso vai continuar.

Em 2025, estamos estabelecendo um escritório fixo no estado para consolidar e ampliar os esforços de integração de refugiados, o que será essencial para contribuir com a reconstrução do Rio Grande do Sul, bem como para prosseguir com a resposta à crise atual, além de ações de preparação, mitigação e adaptação de impacto de potenciais eventos futuros. Pretendemos implementar o Plano de Ação lançado pelo MJSP (Ministério da Justiça e Segurança Pública) para aprimorar a integração socioeconômica da população haitiana.

Todas as nossas ações estão alinhadas ao objetivo de “não deixar ninguém para trás” na implementação da Agenda 2030, contribuindo para a redução da pobreza (ODS 1) e da fome (ODS 2). Nesse contexto, o ACNUR se uniu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada pelo Brasil durante o G20.

Considerando que o Brasil é vulnerável ao impacto de eventos extremos, como os ocorridos no Rio Grande do Sul, e a realização da COP30 no país, o que o ACNUR planeja para 2025 em relação à conexão entre mudanças climáticas e deslocamento forçado? 375t4r

A justiça climática e a redução dos impactos das mudanças climáticas estão entre os grandes desafios do nosso tempo. O ACNUR continuará trabalhando para que o deslocamento forçado e a mobilidade humana sejam integrados aos planos climáticos e às estratégias de resposta, mitigação e adaptação, além dos planos de redução de riscos.

 

Por exemplo, estamos colaborando com o estado do Rio Grande do Sul no desenvolvimento de um plano de contingência e daremos apoio à criação de planos municipais no Vale do Taquari. Continuaremos também com nossa capacidade de resposta emergencial caso novos desastres climáticos exijam nossa intervenção.

A COP30, que ocorrerá em Belém do Pará, representa uma oportunidade única para impulsionar avanços na redução de emissões e no financiamento climático, questões em que as últimas edições da COP têm falhado.

O ACNUR levará à COP30 as vozes das pessoas mais afetadas pelas mudanças climáticas, incluindo refugiados, para garantir que suas necessidades sejam consideradas, promovendo resiliência, estabilidade e a alocação de recursos para as comunidades mais expostas aos impactos climáticos.

 

Quais são as oportunidades para o setor privado colaborar com o ACNUR em 2025? 191f2j

As empresas são atores fundamentais. Nenhuma outra voz promove tão bem o "business case" em favor da inclusão de pessoas refugiadas e migrantes quanto as empresas. Fazemos parcerias estratégicas com empresas que acreditam que pessoas refugiadas precisam de oportunidades para reconstruir suas vidas. Empresas têm um papel fundamental ao apoiar o ACNUR a implementar iniciativas, inclusive relacionados à sustentabilidade (por exemplo, novos projetos de habitação sustentável em Roraima e São Paulo, treinamento de refugiados em empregos verdes e bioeconomia, estudo sobre reflorestamento com créditos de carbono, e expansão de práticas sustentáveis para outras regiões do Brasil).

Por meio de parcerias corporativas, empresas podem contribuir, por exemplo, por meio de doações financeiras e ações com colaboradores e consumidores, ampliando o impacto dos programas humanitários do ACNUR em um cenário global de crises complexas.

A empregabilidade é outro braço de apoio. O ACNUR, junto ao Pacto Global - Rede Brasil, criou o Fórum Empresas com Refugiados, que cresceu exponencialmente nos últimos dois anos, alcançando 130 empresas que empregam milhares de refugiados e migrantes, um modelo com grande potencial de consolidação.

O ACNUR também desenvolverá hubs de empregabilidade em estados prioritários, facilitando o encontro entre oferta e demanda de trabalho. A nível regional, no contexto do processo Cartagena+40, os países da América Latina e do Caribe incluíram no plano de proteção de refugiados para a próxima década a criação de uma rede regional de empresas para facilitar sua inclusão no mercado de trabalho.

Empresas interessadas podem conversar com a equipe do ACNUR